segunda-feira, 14 de março de 2011

Todos ao teatro!

No inicio do ano, em Área de Projecto (AP) a nossa turma seleccionou o tema "ANIMAIS" para desenvolver o seu projecto. A fase seguinte foi dividir este grande tema em sub-temas e daí surgiram os seguintes: "A Caça e a Pesca no Alentejo", "Os direitos dos animais", "Animais em vias de extinção em Portugal" e "As cadeias alimentares no Alentejo".
Após pesquisa e tratamento de informação, e com a ajuda das professoras de AP, optámos por criar uma peça de teatro que falasse destes temas. A peça irá ser apresentada ao público, em Mértola, no final do ano lectivo e a todos os que nos lêm deixamos aqui o convite para que venham assistir à mesma. Para vos "abrir o apetite", deixamos aqui um pequeno excerto da mesma:

"Catarina: - Eu já ouvi e li algumas coisas sobre vegetarianos, mas nunca conheci ninguém…
Francisca: - Oh minha querida, mas afinal que comes tu?
Clara: - Como tudo excepto carne e peixe. Simplificando, como tudo o que não possa ter filhos.
Francisca: - Oh meu Deus, agora fiquei aflita! Não podes estar cá o tempo todo a comer alface!
Clara (rindo): – Não se preocupe tia, que não irei passar fome. Mais logo dou um saltinho à cozinha e converso com a Genoveva sobre pratos fáceis e simples alternativos à carne e ao peixe. Eu trouxe alguns alimentos também. Não se preocupe!
Joaquim: - E eu que já tinha pensado em ir amanhã à caça de javali!
Clara: - O tio caça?
Joaquim: - Que pergunta sobrinha! Quem achas que apanhou o coelho e a perdiz que estão na mesa?
Clara(a ficar agoniada): – Desculpem… (levanta-se da mesa a correr…)
Joaquim: - Acho que a Clara não está lá muito bem disposta…
Paulo: - Deve ser excesso de alface no sangue!
Catarina: - És mesmo tolinho!"

BioGuadiana Rap

E porque a biodiversidade do nosso concelho nos inspira e apela à criatividade, aqui fica um desses exemplos, yôôô:

O blog do 5ºC
Tem um rap bem se vê
É o BioGuadiana
E vamos gravar um CD

Com empenho eu bem vejo
Vamos estudar animais
Cá do nosso Alentejo
Até os bufos reais

Eu vou já de Serpa a Mértola
Meia hora de caminho
Ver o nosso Guadiana
Mas não quero ir sozinho

Preta e branca, a cegonha
Nos ares alentejanos
Para os recursos naturais
Nós já temos grandes planos

Alertar e prevenir
Explorar e conservar
É o nosso objectivo
Não tem nada que enganar

Fauna e flora tão diversa
Ao longo das suas margens
Guadiana, Guadiana
Cheio de belas paisagens

Vamos ficar numa margem
Da Ribeira do Vascão
Esta zona ribeirinha
Fala de poluição

Mesmo aqui nesta ribeira
Eu tentei ver o esturjão
Mas não o vi na sua beira
Pois está em vias de extinção

Fui ao rio Guadiana
Guadiana meu amigo
Para ver o Saramugo
Águas calmas são um perigo

E passando à comidinha
Que a nossa flora enriquece
Hortelã da ribeirinha
No prato já apetece

Uma açorda de poejos
Sabe sempre muito bem
E se até nos ajudares
Podes prová-la também!
Turma 5ºC

Ribeira do Vascão


A Ribeira do Vascão divide o Concelho de Alcoutim do Concelho de Mértola e é um dos principais afluentes do Rio Guadiana.
A Ribeira passa pelas povoações de Martinlongo e Giões e vai desaguar no Guadiana.
A Serra do Caldeirão nasce na Ribeira do Vascão e é um excelente sítio para passear. As suas águas são muito frequentadas pelos pescadores, nomeadamente para a pesca da lampreia.
Rodrigo Cordeiro

O esturjão

O esturjão está em vias de extinção estando já extinto no Rio Guadiana!
O esturjão foi considerado "Em Perigo" no 1º Livro Vermelho Nacional dada a ausência de registos nos útimos 20-30 anos, provavelmente devido ao bloqueio provocado pela construção de barragens sem passagens para peixes, para além de um aumento de pesca nos estúarios, pois as suas ovas são bastante procuradas, e ainda devido ao aumento da poluição.
O  esturjão é uma  espécie anádroma. Os indivíduos mais pequenos vivem num raio de 100km dos estuários e podem  ser  pescados até uma profudidades máxima de 50m e os adultos podem ser pescados até uma profudidades máxima entre os 100 e os 200m. Em relação às crias do ano, a maioria fica no rio próximo da zona da desova, antes de migrar para jusante.
Na Primavera, entre Abril e Maio, os solhos maduros  (os machos-com 7-9 anos e tamanho entre 110-115cm; as fêmeas com 8-14 anos e tamanho entre 120-180cm) migram durante a noite para as zonas de desova, a montante nos rios, seguindo os machos primeiro que as fêmeas. As fêmeas podem emitir entre 800.000 e 2.400.000 oócitos, dependendo da idade, e ao contrario dos machos, não se reproduzem anualmente (apenas cada 2 a 5 anos). Os ovos,de reduzida dimensão e desenvolvimento rápido, são escuros, quase negros e bastante aderentes ao substrato.
Rita Mestre

O Tamujo

O tamujo, de nome científico “Scurinega tinctoria”, da família Euphorbiaceae é uma espécie botânica restrita ao Parque Natural Vale do Guadiana.
Formam arbustos ou pequenas árvores com flores de dois sexos e surge apenas nesta zona do Sul de Portugal, dizendo-se, por isso endémica.
É característica de margens arenosas e leitos secos de cursos de água continentais na bacia do Guadiana. Tem ramos finos espinhosos e avermelhados, folhas que medem entre 0,8 e 1,5 cm de comprimento e 0,2 a 0,4 de largura e as flores não têm pétalas. O fruto é castanho –avermelhado.
Rodrigo Cordeiro

quinta-feira, 3 de março de 2011

Poejos: uma açordinha e um licor

O poejo é outra das espécies da flora que se pode encontrar no PNVG.

Na sua constante exploração, o homem descobriu que adicionando esta planta a algumas das suas receitas culinárias, tornava-as bem mais saborosas.

Foto: Ana Alcario
Aqui ficam dois exemplos de utilização do poejo:

Açorda de Poejo

Ingredientes:
1 molho de poejos
2 ou 3 dentes de alho 
Sal
Ovos
Azeite
Água
Pão alentejano duro

Preparação:
1º No recipiente que vai levar à mesa pise os dentes de alho, com os poejos o sal até obter uma pasta, misture tudo muito bem e deite 3 ou 4 colheres de azeite.
2º Ferva a água, escalfe os ovos.
3º Corte o pão em fatias finas.
4º Deite a água a ferver, onde escalfou os ovos, sobre os poejos, mexa e coloque o pão.
5º Sirva de imediato colocando um ovo por cada prato.


Licor de Poejo

Ingredientes:
1l de aguardente
200g de poejo do campo
O, 5l de água
550 g de açúcar

Preparação:
1ºColocar os poejos com aguardente em infusão durante 15 dias.
2º Passado este tempo coar.
3º Ferver a água com o açúcar durante 3 minutos.
4ºDeixar arrefecer e juntar a aguardente.
5º Passado 2 dias filtrar e engarrafar.
Ana Alcario
   

Zimbro

Uma das espécies protegidas da flora do Parque Natural do Vale do Guadiana é o Zimbro.



Foto: Ana Alcario
 

Javali

Nome científico: Sus Scrofa
O javali é um animal furtivo e difícil de observar pelo homem.
A sua identificação é contudo muito fácil, mais não seja pelas suas parecenças com o porco doméstico: silhueta compacta e poderosa, membros curtos e fortes, ausência aparente de pescoço e cabeça grande e afunilada, conferindo-lhe um aspecto sólido e resistente.
A pelagem, entre o cinzento-escuro e o negro nos adultos, é constituída por pêlos mais ou menos compridos - as cerdas - que exalam um forte odor. A pelagem é mais densa no Inverno, apresentando um “subpêlo” rijo e denso que não se observa nos porcos domésticos. Até aos cinco/seis meses de idade tem uma pelagem amarelada, com riscas horizontais de cor castanho-claro no dorso.
Os machos chegam a medir 150 cm e a ultrapassar os 100 kg de peso; as fêmeas, de menores dimensões, medem entre120 e140 cm e pesam cerca de 80 kg.
O javali apresenta uma actividade essencialmente crepuscular e nocturna.
Durante a maior parte do ano verifica-se e existência de dois grupos sociais distintos, um constituído por fêmeas com crias e jovens de ambos os sexos e outro por machos adultos e sub-adultos, que apenas se aproxima do grupo de fêmeas e jovens na época da reprodução.
Ocorre por vezes a presença de machos adultos solitários.
Tal como o porco doméstico, também o javali é um animal omnívoro, mas sobretudo herbívoro; assim, os elementos constituintes da sua dieta são frutos, raízes, bolbos, tubérculos, partes aéreas de pequenas plantas, larvas de insectos, pequenos vertebrados (ratos, lebres, coelhos), ovos e mesmo cadáveres de outros animais. Tem um paladar excepcional, chegando a distinguir diferentes qualidades de batatas.
Regista-se no entanto uma preferência nítida por bolotas, castanhas e cereais, o que produz necessariamente incompatibilidades com a exploração agrícola.
Tem os sentidos da audição e do olfacto bem desenvolvidos, ao contrário da visão.
Em termos de habitat, esta espécie necessita sobretudo de dois elementos: extensas zonas de abrigo - essencialmente constituídas por matos cerrados - e presença de água.
Teresa Alexandre

Guarda-Rios

Classificação Cientifica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Coraciformes
Família: Alcedinidae, Halcyonidae e Cerylidae
A ave guarda-rios é uma das aves coraciformes, (coraciformes são aves que voam em grupos).
O guarda-rios está presente em todos os continentes excepto nas regiões polares e na maioria das ilhas oceânicas.
A maior parte destas aves podem encontrar-se nas zonas de clima tropical, em particular na Oceânia. Vivem também em manguezais (ecossistema costeiro) e podem ainda habitar nas florestas ao pé de rios e lagos.
Os guarda-rios apresentam um tamanho pequeno ou médio porte (10 a 46 cm de comprimento).  
Tem a plumagem colorida e o pescoço curto. Tem uma cabeça grande em relação ao corpo e também tem um bico longo.
As asas são arredondadas e a cauda é curta e as patas são pequenas com os dedos frontais fundidos.
A maioria destes animais não apresenta dimorfismo sexual.
Estes animais são bastante adaptáveis e consomem peixes, insectos ou pequenos vertebrados.
Estas espécies contam com o apurado sentido de visão para localizar a presa dentro de água, que caçam através de mergulhos picados.
Os guarda-rios não fazem parte da dieta fundamental de nenhum outro animal graças à sua rapidez, mas os ninhos e as aves mais jovens, como estão mais expostos, podem ser atacados por cobras, doninhas e primatas. Os predadores conhecidos são sobretudo aves de rapina.
   Pedro Palma

Matagal

Um dos habitats predominantes no Parque Natural do Vale do Guadiana é o Matagal Mediterrânico.

E o que é um Matagal?
Um Matagal é uma grande mata fechada ou um sítio onde crescem ervas - daninhas.


Foto: Ana Alcario

Algumas das Espécies de Fauna deste Habitat:
Abutre - Preto, Águia - Cobreira, Carriça, Pisco - de - Peito - Ruivo, Toutinegra - de - cabeça - preta, Felosa - das - Figueiras, Toutinegra - de - Barrete - Preto, Chapim - Rabilongo.

Algumas das Espécies de Flora:
Aroeira, Azinheira, Esteva, Gaimão, Murta, Sobreiro, Zambujeiro. 
João Alexandre

quarta-feira, 2 de março de 2011

Cegonha Preta

O nome cientifico é Ciconia nigra.
Em idade adulta ela mede entre 95 a 100cm e pesa cerca de 3000g.
Vive em média 18 anos e é considerada uma das espécies protegidas e selvagens do nosso país. 
Ela é ligeiramente mais pequena que a cegonha branca, toda preta excepto na parte inferior do peito e no abdómen que são brancos. O bico e as patas são de cor vermelho vivo. Apresenta axilas triangulares brancas na parte inferior das asas.
É uma ave migratória que ocupa o ninho do ano anterior.
Ao nível do comportamento ela dificilmente é ouvida devido ao seu carácter tímido.
Efectua longos voos planantes mantendo o pescoço e as patas esticadas. Os mesmos são ainda caracterizados pelo bater lento, possante e regular das asas.
Gosta de zonas ricas em recursos hídricos, como rios, lagoas, ribeiras ou barragens e alimenta-se de peixe, anfíbios e insectos.
A cegonha preta atinge a maturidade sexual por volta dos 3 anos de idade. Em meados do mês de Março, as cegonhas pretas iniciam a sua complexa cerimónia nupcial. Este processo envolve voos nupciais e singulares movimentações ondulantes do pescoço.
O casal constrói o ninho de grandes dimensões, com galhos e folhas amolgadas com terra, no alto de uma árvore ou, mais frequentemente, num recanto de uma falésia, nas imediações de água.
A fêmea põe 3 a 5 ovos. A incubação é assegurada pelos dois progenitores e dura entre 38 a 42 dias. Após a eclosão dos ovos, ambos alimentam as crias no ninho. O ninho é abandonado após 65 a 70 dias.
Filipe Gonçalves

Bufo Real

O Bufo Real é uma espécie de ave estrigiforme (estrigiforme é uma ordem de aves que inclui aves de rapina), esta ave pertence à família Strigidae.
É actualmente a maior espécie de coruja existente no planeta, pode ter 86 cm de comprimento, 1,70 a 2,10 metros de envergadura e pode ter até 5,5 quilos.
Esta ave está presente na Europa, na Ásia e em África, e é mais comum no nordeste da Europa. Habita terrenos rochosos com ou sem bosques afastados da presença humana.
Trata-se de um predador de topo. Pode ser encontrado nos terrenos mais elevados na cadeia trófica. Esta ave alimenta-se de ratos, ratazanas, gaivotas, patos, lebres e inclui também outros bufos reais e aves de rapina. É atacado por gaivotas e gralhas em bandos. É uma ave nocturna e emite os seus chamamentos ao anoitecer e ao amanhecer. O seu chamamento é um "uuu-uu" repetido e grave.
Pedro Palma

Saramugo

E o primeiro animal que iremos apresentar é o Saramugo.
Foto: Carlos Carrapato

Nome científico Anaeypris Hispanica.
O saramugo é um pequeno peixe que na idade adulta não ultrapassa os 7cm.
Distribuição: o saramugo é uma espécie endémica pois só se encontra em alguns afluentes da bacia hidrográfica do Guadiana.
Habitat: ocorre em pequenos cursos de água fundos pedregosos com pouca profundidade e com algumas correntes.
Alimentação: a sua alimentação é pequenos invertebrados planctónicos e bentónicos e algas.
Estatuto de Conservação: esta espécie encontra-se em perigo de extinção.
Factores de Ameaça:
-Introdução de espécies exóticas como o achigã
- Poluição
- Invernos com pouca chuva
- extracção de inertes
- construções de barragens
Porque devemos conservar o Saramugo?
É importante conservarmos o saramugo para manter a biodiversidades nos ecossistemas aquáticos e também porque se trata de uma espécie endémica que só existe na bacia do Guadiana, ou seja se não a preservarmos pode se perder uma espécie a nível mundial.

Ana Alcario

O Parque Natural do Vale do Guadiana

Tal como o nome indica, este blogue pretende dar a conhecer a biodiversidade de espécies que se podem encontrar no Parque Natural do Vale do Guadiana (PNVG), o qual se localiza, maioritariamente, no Concelho de Mértola.


PNVG representado a verde
 

A “filosofia” deste parque pode resumir-se no seguinte texto constante numa brochura por eles editada:
“O Parque Natural do Vale do Guadiana é um espaço de qualidade que o homem, na sua luta diária pela sobrevivência, sempre repartiu com outros seres vivos.   É este conjunto de ecossistemas, por vezes bem frágil, que queremos salvaguardar, criando a todos os seus habitantes melhores condições de vida.”
Contactos do PNVG:
Morada: Rua Dr. Afonso Costa,
40 – 1ºDtº      7750 Mértola
Telf: 286 611 084       
Fax: 286 611 085